sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O que se fez no ano lectivo de 2006/2007

Realizou-se no dia 08 de Maio de 2007 uma Feira Medieval. O projecto foi proposto pela disciplina de Área de Projecto do 12º ano, turma C. Foi ganhando forma, avolumando apoios e tornou-se um projecto de todo o Agrupamento de Vale de Ovil. Envolveu todos os alunos e todos os graus de ensino, do Pré-escolar, ao 12º ano. Tratou-se de uma verdadeira lição de história ao vivo. A idade média é normalmente conotada como uma época de superstição e atraso, estagnação e crueldade. Visão preconceituosa, causada pelo ódio à influencia exercida naquela época pela Igreja Católica tradicional, de cujo espírito estavam impregnadas, em maior ou menor grau todas as instituições. Todavia, a idade média foi uma época de muitos inventos, grandes e pequenos, que num primeira abordagem poderia não parecer. Foi o que se demonstrou com esta Feira Medieval, mostrando ao mesmo tempo os Ofícios tradicionais e o «progressos/usos» da época: tenda com tanoeiro, mosaico tradicional (é de Baião o Mosaico mais referenciado nos livros científicos, da época pós romana), Oleiro, realização do queijo fresco, vassouras tradicionais de gesta da região, cantaria (oficio dos mais antigos da nossa região) produtos tradicionais, plantas aromáticas e tradicionais e as alfaias agrícolas tradicionais, que na nossa região persistem ao longo do tempo. Os costumes e tradições também não foram esquecidos, numa tenda haviam feitiços e bruxedos e o Cambista cambiava a moeda tradicional da época – os morabitinos.
Procurou-se recriar um dia medieval verdadeiramente Baionense, pelo que se abriu a feira com um grupo de bombos – Ancetoca, enquanto chegavam alunos e feirantes. Deveria seguir-se segundo a programação proposta uma missa mista (latim e português) mas não foi possível. Seguiu-se a entrega do Foral de Baião, trazido por um Arauto (mensageiro do rei a cavalo) e exposto no pelourinho (recriando-se o pelourinho de Teixeira – um dos mais antigos da zona Norte). As peças de Teatro que se seguiram recriaram um Auto de Fé e um Tribunal da Inquisição e o processo de condenação de Damião de Góis, tal como «Baião na época medieval».
Os sabores e hábitos gastronómicos foram medievais: carne assada, bifanas, pão rústico, sopa de legumes e fruta da época. Servidos sem talheres e usando canecas de barro. Reconstituiu-se uma cozinha de campanha medieval e serviu-se ao ar livre, num ambiente de agradável convívio entre alunos/professores e comunidade em geral que sem darmos conta, fizeram desaparecer as canecas de barro. Foi saboreado ouvindo trovadores, jograis e músicas medievais.
Almocreve, Saltibancos e encantadores de serpentes animaram e deram vida a toda a feira, assustando uns e encantando outros. Foi feita da parte da tarde a exemplificação de lutas e torneios (apeados e a cavalo) e exibição de falcoaria a cargo da companhia de teatro Vivarte. O grupo musical «Andarilhos» animaram musicalmente todo o dia.
Uma Feira de Antiguidades encantou toda a comunidade em geral e teve um valor pedagógico social que perdurou no tempo, «agora guardamos as coisas velhas», «olha quanto custa um ferro que deitamos fora!», expressões que vamos ouvindo já passado algum tempo.
A técnica «história ao vivo» demonstra potencialidades no processo ensino aprendizagem incalculáveis. A divulgação turística, a diversão do publico que assiste e aprende de uma forma fácil, vivendo uma verdadeira lição de história sem o saberem.
Aspectos positivos a realçar:
 A abertura à comunidade em geral
 Sensibilizar a comunidade escolar e toda a população para a importância das diferentes épocas
 Mobilizar a escola e a comunidade envolvente para a participação em actividades de âmbito recreativo e cultural
 Recriar uma realidade histórica com o intuito de a fazer perdurar na memória colectiva
 Compreender que as feiras temáticas divulgam o concelho e estreitam relações humanas
 Valorizar a identidade cultural da região
 Estimular o gosto pela história local
 A possibilidade de se interpretar os acontecimento actuais como resultado de um processo histórico

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