segunda-feira, 2 de junho de 2008

II FEIRA MEDIEVAL

Mais um momento alto nos eventos desta escola. Nem o mau tempo e a mudança à última da hora da Praça D. Manuel de Castro para os Armazéns da Câmara Municipal desanimou todos os envolvidos. De realçar a forma como a Escola se abriu ao exterior e como conseguimos colocar as instituições do concelho em diálogo umas com as outras. Nunca um projecto escolar envolveu tantas áreas: Fisico-quimica,Ciências, Clube Fotojornalismo, E.V.T.,E.V., Moral, Português, Matemática,Filosofia, Inglês,alguns professores de História e tantas turmas e alunos a participar. Um agradecimento aos professores envolvidos que sem qualquer redução horária, nem dispensa da sua componente lectiva ou não lectiva se envolveu e permitiu o sucesso do projecto:


Branca Santos
Lurdes Vieira
Marília Briga
Magda Laranjo
Ana Isabel
Maria José Faria
Rosário Xavier
Maria Helena Reis
Cristina Sousa
Maria Conceição Almeida
Maria Joaquim Costa
José Rodrigues
Liliana Ribeiro
Carla Cardoso
Nuno Portugal
Fernando Vieira
Nuno Mota
Fernando Alvarenga



Da parte da Câmara Municipal a equipa formada por

Drª Vera Alves
Armando Pinho


Agradecemos a colaboração das seguintes instituições:

• Cooperativa Fonte do Mel
• Ranchos Folclóricos de Santa Cruz do Douro e Campelo
• Centro Hípico
Mas principalmente o apoio da Câmara Municipal



Um agradecimento especial aos alunos: à turma organizadora 12º C e a todos os alunos que desenvolveram o tema na disciplina de Área de Projecto ao longo do ano. A todos que aceitaram com paciência a mudança de lugar e não se deixaram desanimar pelo mau tempo, vivendo como sempre, da melhor forma os momentos de paragen escolar.

Feira Medieval, ou festa num ambiente de carinho e cumplicidade...sentido por todos, menos por quem não quis sentir. Momentos destes são de um valor pedagógico incalculável, interessa realçar o grande envolvimento de todos e a importância da história, que parece a muitos maltratada e colocada em segundo plano, mas que momentos destes provam que as pessoas vêm, participam, aprendem, vivem o espírito e o ambiente ... é viver a história.


































































































































































































































































































































domingo, 18 de maio de 2008

PROGRAMA PROVISÓRIO DA II FEIRA MEDIEVAL

PROGRAMA

8.30 - Formação do cortejo na E.B.1 da Feira, abertura da Feira com o grupo de Bombos Ancetoca.
9.15 – Abertura da Feira com a chegada de um arauto
9.30 - Peça de Teatro «Frei João sem cuidados» (alunos do 5º C)
10.00 - Xadrez humano (5º C) e outros jogos
10.15 – Abertura oficial da feira
10.30 - Cantigas de Escárnio e maldizer (alunos do 6º B)
10.45 – Crise de 1383/85 (Clube de Teatro – Prof. Nuno Portugal)
11. 15 – Recriação da lenda de Egas Moniz (alunos do 6º C e 12º C)
11.40 – Aparece uma louca, pedinte e (cenas do quotidiano medieval, 12º C)
12.00 - Dança do ventre (Vasco Monterroso e Carla Moura 12º C), ainda com o cortejo formado
12. 15 – Recriação de tradições locais (Aguadeiros, desfiar o linho, desfolhada...) - Rancho de Santa Cruz do Douro e Campelo

Almoço medieval servido na própria feira (bifanas, sopa e doce da Teixeira)

14.00 - Falcoaria
14.30 - Teatro «Maria Parda» a cargo da companhia de Teatro Filandorra
15.30 – Armação de um cavaleiro (João 6º B e 12º C)
16.30 – Animadores da Feira, saltimbancos e cuspidores


Ceia Medieval a cargo da Pensão Borges

Canto Gregoriano
«Teatro Maria Parda»
Animadores de Feira, saltimbancos e cuspidores


Estamos no dia 23 de Maio de 1385, a moeda em circulação é o Real e o rei do nosso Reino é D. João I. Os Bombos tradicionais anunciavam as feiras, enquanto se preparava o cortejo. Um arauto (mensageiro do Rei) traz boas novas. Frei João Sem Cuidados não se afligia com nada, por isso o rei o mandou chamar à corte. Queria conhecer o homem que não se aflige com coisa nenhuma...«quanto pesa a Lua; 2º - quanta água tem o mar; 3º - o que é que sua alteza pensava». Assim começa o teatro... Época do período literário Trovadorismo, onde as cantigas de Escárnio e Maldizer , usavam a crítica ou sátira dirigida à pessoa real, sendo o trovador alguém próximo ou do mesmo círculo social. Apresentam grande interesse histórico, pois são verdadeiros relatos dos costumes e vícios, principalmente da corte, mas também dos próprios jograis e menestréis.
Com o apoio de um grupo de nobres, entre os quais Álvaro Pais e o jovem D. Nuno Álvares Pereira, e incentivado pelo descontentamento geral, o Mestre de Avis terá assassinado o conde de Andeiro no paço e iniciou o processo de obtenção da regência em nome do Infante D. João. Com este último, aprisionado por D. João I de Castela, abria-se a possibilidade política de o Mestre de Aviz ser rei.
Por esta altura, o reino de Portugal conheceu a maior desvalorização da moeda da sua história. Para combater essa inflação, procurou-se incentivar o tráfico comercial, atraindo mercadores estrangeiros e, ao mesmo tempo, desenvolver o comércio interno através da criação de feiras e de leis proteccionistas a favor dos mesteirais e mercadores. A existência de feiras, por iniciativa popular, era confirmada, mais tarde, pela autoridade régia, comprovada pelo nome de feira franqueada ou franca, facilitando as trocas comerciais e incentivando assim o comércio interno. A implementação de um ambiente de paz da feira também favoreceu a segurança e o livre-trânsito de feirantes e visitantes. As feiras ajudavam à solidariedade e à formação do sentido de nacionalidade.
A feira era aproveitada para comprar e vender as faltas e os excedentes da produção, o ponto de contacto com o resto do mundo, o sítio onde se recebiam e davam notícias e se incentivavam as relações interpessoais...
Em tempo de paz da feira aproveite os momentos de lazer e reviva o passado de uma terra cheia de história, Bayam, embrenhado no encanto próprio da época medieval. Tempo da descendência de Egas Moniz, rico-homem e senhor de Bayam, um dos mais poderosos do reino, que D. Afonso Henriques presenteou com extensos domínios. A lenda para sempre o ligará à história do nosso concelho.
Por esta altura tentávamos sair da crise, Gil Vicente isso demonstra no Pranto de Maria Parda. Maria Parda lamenta-se pela falta de vinho nas tabernas de Lisboa, evocando os tempos em que ele era abundante e barato. Depois, resolve pedir o vinho fiado a alguns taberneiros que lho negam. Por fim, decide morrer e pronuncia um extenso testamento em que se refere obsessivamente ao vinho.
Um tempo de encanto, dado pela própria história e de como pode ser mágico revivê-la... pelo espírito da alegria que invadiu o burgo com sons de coreografias e fantasias musicais… Os Mouros divertiam-se com a dança do ventre. Loucas e Ciganas circulavam pela feira. Cuspidores de fogo, malabaristas... é o que será proporcionado neste dia.


Câmbios: Um Real — 1 euro
Meio Real—50 cêntimos
Um Quarto de Real—25 cêntimos

Única moeda em circulação na Feira Medieval de Baião


(PROGRAMA SUJEITO A ALTERAÇÕES)


ENCONTRAMOS NA FEIRA

. Câmbio de Reais (turma 5º D e Profªs Mª José e Rosário Xavier)
. Jogos de tabuleiro (turma 5º B e Prof. Magda Laranjo e Ana Isabel)
. Jogos medievais (5º B e 12º C)
. Plantas aromáticas e medicinais (Clube de Jardinagem)
. Espaço para treinar armas medievais (catapultas e armas de arremesso)
. Taberna
. Recriação de uma aldeia medieval em miniatura (6º D)
. Oleiro
. Cesteiro
. Sapateiro/Soqueiro
. Cantaria
. Iluminuras e Monges Copistas
. Feitiços
. Escuteiros
. Iluminuras
. Brinquedos tradicionais
. Alquimistas
. Mouraria
. Associação de pais de Pranhô
. Recriação de tradições locais a cargo de Ranchos Folclóricos de Santa Cruz do Douro e Baião (desfolhada, fiar o linho, meia...)
. Doçaria tradicional
. Exposição, sobre os Instrumentos de Tortura e loucura
. Ofícios tradicionais
. Feira de Antiguidades

quarta-feira, 7 de maio de 2008

CONVITE

A todolos homens de boa bontade fazemos saber o seguinte:

Primus — Que no dia 23 de Maio, dia deste Reino, haberá na Vila de Baião, na Praça D. Manuel de Castro, Campelo, uma Feira, com entrada libre a todolos nobres, demais gentes e arraia miúda.
E mais fazemos saber que a ela birão gentes das vilas vizinhas e aí benderão em suas boticas todalas mercadorias que sejam cousas de comer, de beber e o que mais houber.

Secundus — Todolos homens bons que este pregão oubirem ficam sabendo que nesta feira poderão comprar o que aí se bender e divertirem-se sem pagamento de impostos.

Labrado e selado foi este pregão pelo tabelião público da Vila de Bayan, fica vossa mercê convidado a assistir.

O AFECTO NA IDADE MÉDIA



Fonte:www.ricardocosta.com/pub/amor.htm - Detalhe da decoração do teto (em madeira) do claustro da abadia de Sto. Domingo de Silos (século XV - Burgos).

O casamento na idade média

Nos séculos IX e X as uniões matrimoniais eram constantemente combinadas, sem o consentimento da mulher que, na maioria das vezes era muito jovem. A sua pouca idade era um dos motivos da falta de importância que os pais (homens) davam á sua opinião. Essa total falta de importância dada à opinião da mulher resultava muitas vezes em raptos. Como o consentimento da mulher não era exigido, o rapto garantia o casamento e ela deveria permanecer ligada a ele, o que era bastante difícil, pois, os homens não davam importância á fidelidade. Isso acontecia, talvez principalmente pelo facto de a mulher não poder exigir nada do homem e de não haver uma conduta moral que proibisse tal acto.
Outras vezes o rapto servia como meio de fuga aos casamentos arranjados. A jovem que tinha um casamento já marcado forçosamente, sem o seu consentimento, com um homem que nem sequer conhecia, simulava um rapto fugindo com o homem desejado.
Outro método arranjado para uma mulher fugir ao casamento arranjado era seguir a vida religiosa. Negavam o casamento por amor a Deus.
A fuga de um casamento era algo grave para as famílias pois envolvia muitas riquezas, ou seja, aquele que desistisse do casamento por rebeldia, haveria uma espécie de multa a ser paga pela família da pessoa que desistisse do casamento, portanto deveria haver um motivo muito forte para os fugitivos. Isso constituía mais uma pressão sobre os futuros noivos para a realização do casamento.


A evolução…

A reforma Gregoriana mudou rapidamente o comportamento da Igreja frente a vários aspectos, inclusive os casamentos. Aconteceram várias discussões para decidir as concepções que a igreja teria acerca de certos assuntos. Sobre o casamento houve, entre outros, o debate entre clérigos Pedro Lombardo e Graciano. Pedro defendia a ideia de que o casamento deveria ser um contrato, ou seja, as palavras ditas á frente de testemunhos na hora do casamento é que deveriam unir o casal. As promessas e palavras ditas antes do casamento não efectuavam a união dos conjugues.Já Graciano dizia que a intenção era mais importante que as palavras, portanto a união poderia realizar-se mesmo antes do casamento. A promessa de um casamento e a relação sexual já equivaleriam ao matrimónio.
Finalmente, ficou decidido que o casamento seria um contrato público, podendo-se assim perceber a permanência da falta de importância dada ao amor, seja entre conjugues ou o amor de uma mulher por Deus.

A cortesia medieval era uma qualidade mundana, uma virtude essencialmente laica e que dizia respeito ao comportamento social daqueles que compartilhavam a vida nas cortes reais e principescas dos castelos que se multiplicaram no século XII. Era a
Cultura das elites, ´rópria das cortes. Mais do que isso, era um refinamento de costumes, um controle mais rigoroso das pulsões, uma polidez, uma arte de viver, uma sociabilidade e, principalmente, uma fina educação para com a mulher.Ser amável, educado e fino. Saber expressar seu amor de forma gentil: essa foi a primeira e principal fase na transição do homem-guerreiro para o cortesão. Esse era o novo-homem cortês do século XII, um cavaleiro que caminhava a passos largos para se tornar um cavalheiro. Essa revolução silenciosa e amorosa foi tão profunda na história do ocidente que os termos que expressam hoje o nosso amor romântico e o ambiente sedutor que definem o envolvimento entre duas pessoas de sexos opostos surgiram na primeira metade do século XII. Sem dúvida, trata-se de uma grande transformação histórica que elevou a condição feminina!

Como eram tratadas as mulheres?

A primeira pergunta que se deve fazer para melhor se avaliar o impacto do nascimento do amor é: como os homens tratavam as mulheres antes do século XII? Parece ser consenso entre os historiadores que, a mulher não era tratada com qualquer tipo de ternura, muito pelo contrário. Por um lado, a Igreja tinha um discurso regularmente misógino, apesar de, pelo menos desde o século IX, colocar a mulher juridicamente em pé de igualdade com o marido. E não só em pé de igualdade jurídica, mas também de humanidade: ainda no século VIII as populações acreditavam que as mulheres possuíam relação e influência sobre os eclipses lunares! A Igreja lutou contra essa concepção mágica feminina, e tentou fazer prevalecer o conceito de igualdade entre os sexos. A mulher era vista como um ser humano não cósmico, pois muitos acreditavam que a mulher dominava as forças da natureza, que era um mistério - benéfico mas sobretudo maléfico.Acreditavam que o maior poder da mulher era dominar o amor, visto então como um sentimento negativo, o oposto da caridade. Para aplacar essa angústia coletiva, oferecia-se aos jovens casados uma taça de hidromel (álcool do mel fermentado), um tranqüilizante que era considerado um antifiltro de amor, um antídoto contra aquele impulso negativo e destruidor (por esse motivo surgiu a expressão “lua-de-mel”). Para muitos, o amor era uma força subversiva, um desejo devorador que deveria ser combatido. Por outro lado, vivendo em uma sociedade que enaltecia a força viril masculina, no mundo laico seu espaço era bastante restrito. Sua função básica era procriar. E apanhar. Ainda no tempo de Filipe II Augusto (1180-1223), o gesto de violência mais comum era o soco no nariz.
A situação feminina era ainda pior nas camadas sociais inferiores (burgueses e camponeses). Naturalmente, a descoberta da cortesia nas classes altas do século XII não se difundiu rapidamente por todo o corpo social. Um homem não cometia nenhuma infração jurídica se batesse em sua mulher, desde que não a matasse.Ainda no século XIV, os camponeses de Montaillou batiam nas suas mulheres regularmente. Naturalmente elas tinham medo, muito medo deles. Além disso, as agressões verbais eram freqüentes. Os textos inquisitoriais, são um desfile de grosserias com o sexo feminino. Essa violência - física e verbal - contra as mulheres perdurou ao longo dos tempos.




Trabalho realizado pela Vânia 12º C

domingo, 20 de abril de 2008

Algumas curiosidades sobre a época medieval

. Na Idade Média, não existiam os dentifrícos, isto é, pastas de dentes, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorizantes muito menos e papel higiénico, nem pensar...

. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas.

. Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de Junho (para eles o início do verão).A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em Maio; assim, em Junho, o cheiro das pessoas ainda estava tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos Maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada.

. Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebés eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebé lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water"; ou seja, literalmente "não jogue o bebé fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...

.Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais – cães, gatos e outros, de pequeno porte, como ratos e besouro se aquecerem.Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivetes" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" – está chovendo gatos e cachorros.

. Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho.Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo-nos que os hábitos higiénicos da época não eram lá grande coisa...).

. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque.Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho).Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí, surgiu a vigília do caixão.

. Nos tempos de carestia procurava-se fazer pão com bolotas, até com cortiça de árvores, palha, qualquer coisa em suma que podia transformar-se em uma espécie de farinha.

.Na mesa do banquete a cadeira do Senhor era a mais elevada, todos os outros normalmente sentavam-se em banquinhos.

.Em plena Idade Media chegou também uma esquisita ferramenta chamada na época Bi-dente de ouro, que demorou muitos séculos para conquistar o mundo inteiro até consagrar-se actualmente como garfo.Este bi-dente como o nome fala, tinha apenas duas pontas, mas era reservado apenas as mulheres, porque para os homens era um sinal de fraqueza.

.De facto o sexo forte medieval comia com as mãos, depois as refeições limpava-se em água de rosas (nas casas mais elegantes), em um pano especial, na própria roupa, ou até no pelo dos cachorros que rodavam numerosos a mesa, esperando alguns restinhos de comida. As regras de bom comportamento para participar em um banquete eram várias: não cuspir na mesa, manter as unhas cortadas e limpas, após soprar a nariz limparem-se os dedos não na toalha da mesa, mas na própria roupa.

.Outra solução era comer em cima de toalhas gigantescas feitas com farinha de trigo, uma espécie de grande pizza.No fim do banquete enrolava-se esta enorme massa com todos os restos da comida e entregavam-se aos pobres que, pacientemente, aguardavam fora da residência.

Podes descobrir outras curiosidades em:

http://paginas.terra.com.
http://guia.mercadolivre.com.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O CONVENTO DE ANCEDE















Um dos monumentos da Idade Média, mais significativos do nosso Concelho.
Criado em 1120, inicialmente pertencente á ordem dos crúzios (ordem de Santo Agostinho) e mais tarde, em 1560, á ordem dos dominicanos,beneficia de uma posição privilegiada no centro de uma vegetação densa e natural.
As suas propriedades expandiram-se a várias regiões desde a Régua até ao Porto sobretudo a nível do vinho Verde, incluindo também as actividades piscatórias no formoso Rio Ovil e Rio Douro entre 1560 até 1834 na presença já dos Dominicanos.
O seu Orago era Santo André, dai ter vindo a origem do seu nome.







Entrada lateral




















Em 1141 veio a obter, por doação, a Carta de Couto de D. Afonso Henriques, doação essa que momentos mais tarde vai ser reconhecida por D. Pedro II.
A este convento encontra-se anexado a actual Igreja Matriz (baseada numa antiga já existente) criada em 1689 (ter-se-ão mudado porque em Ermelo ham sede, ou seja, tinham sede). Possuindo ainda a rosácea da igreja primitiva.




Rosacea/Vestígios do estilo Românico






















Tem anexo a Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho criada em 1731 evidenciando a ordem dos Dominicanos. Exemplo notável do Barroco português, no seu expoente máximo o Rocócó. A Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho construída em 1731 de origem Dominicana, apresenta uma planta octogonal de Estilo Barroco e o seu interior revela-se em autentico tesouro em talha dourada assim como imagens que representam os mistérios do rosário.

























A Igreja Matriz actualmente apesar de realizar celebrações de missas assim como casamentos e baptizados é possuidora no presente de uma estrutura em três naves, altares bem ornamentados e um precioso Museológico de Arte Sacra com peças muito valiosas desde uma custódia (saída das mãos de Gil Vicente), varias cruzes Processionais (pertencentes a Dom Prior Vasco Martins de Baiom), pinturas baseadas em Escolas Flamengas assim como um cofre todo ele em prata que contem o crânio do «Frade Santo» cuja lenda evidencia que era um Frade, chamado de S. Bernardo ou D. Giraldo que morava no convento de Ermelo, onde os seus poderes curavam o Gado dos camponeses e dos pastores.
Após a sua morte os camponeses pediram que os seus restos mortais fossem transferidos para o Convento de Santo André de Ancêde.O cofre tornou-se assim elemento de culto onde as pessoas através de um orifício que possuía davam um beijo para ficarem curadas das mordeduras de animais sobretudo das do cão.


Anteriormente após a expulsão das ordens religiosas, o Convento teve no seu interior a instalação de uma escola onde deflagrou por lapso ou por descuido um incêndio que destruiu uma das alas do Convento e pôs em risco a Igreja e o seu património cultural.

Em 1985, o convento tornou-se propriedade particular através da sua venda em Asta publica ao Visconde de Vilarinho de S. Romão.
Foi ocupado por dois caseiros e por uma empresa de cestaria e cabazes pondo fim a uma grande parte das águas que o convento detinha assim como algumas pedras antigas de cantaria.

Com o risco que o seu património fosse totalmente danificado, recorreu-se as entidades do concelho para que o convento pudesse incluir-see num Programa de Obras de Recuperação proveniente do Ministério da Cultura. Após ter-se recorrido ao Programa, o Convento e a Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho sofreram alguns restauros a nível do telhado, das pinturas e do tecto.


No interior a Câmara Municipal de Baião deu, mais um passo no sentido da valorização daquilo que é próprio e tradicional do concelho, ao criar o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho do Mosteiro de Santo André de Ancede. Este espaço localiza-se nas antigas adegas do mosteiro e convida os visitantes a conhecer os instrumentos e práticas associadas ao cultivo da vinha.
Desde os inícios do séc. XII, altura em que o mosteiro foi fundado, que a sua história se encontra intimamente relacionada com a produção e a comercialização do vinho. Na época medieval o vinho era canalizado para a cidade do Porto, integrando os circuitos comerciais do rio Douro, de onde partia para a Andaluzia e a Flandres.





Interior do Mosteiro















Exterior






Unidades de Medidas



















Pipas de vinho



























Raladora/prensa




Transporte de água medieval, ainda visivel




















Forma de transporte de água
















Dormitório


















Armários tipicamente medievais



















Refeitório























Os vestígios sobre a Idade Média são extraordinários, como se pode comprovar. A visita a este convento possibilita uma viagem pela vida Idade Media e sobre a vida nos Mosteiros.Para além da importância religiosa e cultural do Convento é de relevar a excepcional dimensão económica que o mesmo foi progressivamente assumindo, sobretudo com a presença dominicana, desde 1560 até 1834, período em que as suas propriedades se foram alargando a várias regiões do norte e centro do país, incluindo as pesqueiras em diversos pontos do Rio Douro e os armazéns na Cidade do Porto e em Vila Nova de Gaia.



Por isso, e sem descurar a virtude e o conhecimento teológico, o Prior deste Convento era geralmente escolhido pelas suas especiais qualidades de bom administrador já que ali funcionava uma espécie de celeiro de toda a Ordem.

“A doação do couto foi confirmada mais tarde por D. Pedro II, em 1694, situando-se no lugar da Porta a antiga casa de audiências, pequeno edifício que já foi destruído.”( “Insensibilidade cultural…”, José Alberto Gonçalves, Comércio de Baião, 22.10.03).



Ainda relacionada com o Convento, e de inspiração românica, embora provavelmente do séc. XIII, é a Arca em Granito, com grande riqueza decorativa, que se encontra hoje no Museu Nacional Soares dos Reis, do Porto, a qual servia de sepultura a pessoa de família importante da região.


Em 1985, sendo o Convento propriedade particular desde a extinção e expulsão das ordens religiosas, foi ocupado por caseiros e uma empresa de cestaria e cabazes para a fruta, onde também alguns anos antes estivera instalada uma escola, com a memória ainda fresca de um incêndio numa das alas do Convento - que pusera em sério risco a igreja e o seu valioso património - chegou ao conhecimento público o facto de algumas águas da mesma começarem a ser vendidas separadamente e de que aos poucos iam desaparecendo antigas pedras de cantaria pertencentes ao imóvel.



Nessa altura, e perante o risco de destruição total do património, já em si bastante degradado, e a possibilidade de construções que desvirtuassem e apagassem definitivamente o valor histórico ainda visível e recuperável, risco que foi agravado com o roubo das imagens da Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho (felizmente resgatadas pela intervenção pronta e eficaz do pároco e da GNR), a Câmara Municipal de Baião começou por solicitar ao Instituto Português do Património Cultural a classificação do Convento e procedeu à sua aquisição.



Depois de uma tentativa não concretizada de ali instalar o Centro de Formação de Agricultores da Zona Agrária de Ribadouro, o Ministério da Cultura integrou o monumento no seu programa de obras de recuperação patrimonial da Região do Norte.










Trabalho feito por Anabela 12º C

domingo, 3 de fevereiro de 2008

A ÉPOCA MEDIEVAL EM BAIÃO

Baião tem importantes vestigios de quase todas as épocas históricas,a Idade Média tem sido alvo de sucessivas escavações o que demonstra o interesse destas estações arqueológicos e que muito ainda há para descobrir. A criação da chamada «terra de Baião» está muito ligada ao local actualmente conhecido como Castelo de Matos, antigo Castelo de Penalva. Fizemos trabalho de campo, fazendo o levantamento fotográfico do que resta. Ao estar no local, compreende-se de imediato a escolha do lugar, lugar ermo, de fácil defesa, consegue-se avistar quase todo o concelho da parte de cima do monte, mas com campos à volta que no tempo deveriam ser muito fértes.







Castelo de Matos
(antigamente, Castelo de Penalva)










Imagem do Concelho tirada do cume do Castelo









A estação de Castelo de Matos teve, durante a Idade Média, dois momentos de ocupação. Foram encontrados vestígios de um castelo de madeira dos meados do século XI. Alguns desses vestigios são ainda visiveis, como os buracos nas pedras onde espetavam estacas.































Nos finais do século XI, inícios do século XII, foi construída na orla do cume uma muralha em pedra que rodeava um habitat.

























Do primeiro momento de ocupação deste sítio, destacam-se peças de cerâmicas de uso doméstico e uma espora de um cavaleiro medieval. Do segundo momento de ocupação, destacam-se as várias pontas de tiro ao arco. Vestigios recolhidos no Museu Municipal de Baião.
















Francisco Queiroga, com a colaboração de Isabel Figueiral tem feito escavações sucessivas no local, Mário Barroca «A ocupação medieval em castelo de Matos» afirma «é possivel avançar-se hoje com novos elementos para a interpretação daquele Castelo que foi, ao longo de boa parte da Idade Média, a «cabeça» militar da terra de Baião, uma unidade territorial que se afirmou desde muito cedo e que no surge já mencionada na documentação medieval nos inicios da segunda metade do século XI» (p. 159). A Terra de Baião é de origem da família nobre dos Baiões, descendentes de D. Arnaldo (trisavô de Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques), um guerreiro que veio combater os Mouros na península Ibérica, por volta de 985. As terras de Baião foram-lhe concedidas como prémio pela sua bravura, pelo rei de Castela. Alguns historiadores pensam que D. Arnaldo seria um guerreiro alemão que perdeu o seu ducado numa guerra; outros, que seria um cavaleiro de Bayonne, filho de um rei de Itália e neto de um rei de França, e que seria essa a origem do nome de Baião. No lugar parece que o ouvimos a deslocar-se no seu cavalo de Castelo de Matos para Gozende, local onde também tinha terrasA moradia do senhor encontrava-se próxima do vale, numa área mais abrigada.




Mais tarde, D. João I deu as terras de Baião a um parente do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira. Tendo voltado à Coroa no tempo de D. João II.


De outros vestigios da época medieval

- sepulturas antropomorficas
- «Memorial»
- Mosteiro de Ancede

estamos a preparar a sua publicação.