sábado, 23 de fevereiro de 2008

O CONVENTO DE ANCEDE















Um dos monumentos da Idade Média, mais significativos do nosso Concelho.
Criado em 1120, inicialmente pertencente á ordem dos crúzios (ordem de Santo Agostinho) e mais tarde, em 1560, á ordem dos dominicanos,beneficia de uma posição privilegiada no centro de uma vegetação densa e natural.
As suas propriedades expandiram-se a várias regiões desde a Régua até ao Porto sobretudo a nível do vinho Verde, incluindo também as actividades piscatórias no formoso Rio Ovil e Rio Douro entre 1560 até 1834 na presença já dos Dominicanos.
O seu Orago era Santo André, dai ter vindo a origem do seu nome.







Entrada lateral




















Em 1141 veio a obter, por doação, a Carta de Couto de D. Afonso Henriques, doação essa que momentos mais tarde vai ser reconhecida por D. Pedro II.
A este convento encontra-se anexado a actual Igreja Matriz (baseada numa antiga já existente) criada em 1689 (ter-se-ão mudado porque em Ermelo ham sede, ou seja, tinham sede). Possuindo ainda a rosácea da igreja primitiva.




Rosacea/Vestígios do estilo Românico






















Tem anexo a Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho criada em 1731 evidenciando a ordem dos Dominicanos. Exemplo notável do Barroco português, no seu expoente máximo o Rocócó. A Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho construída em 1731 de origem Dominicana, apresenta uma planta octogonal de Estilo Barroco e o seu interior revela-se em autentico tesouro em talha dourada assim como imagens que representam os mistérios do rosário.

























A Igreja Matriz actualmente apesar de realizar celebrações de missas assim como casamentos e baptizados é possuidora no presente de uma estrutura em três naves, altares bem ornamentados e um precioso Museológico de Arte Sacra com peças muito valiosas desde uma custódia (saída das mãos de Gil Vicente), varias cruzes Processionais (pertencentes a Dom Prior Vasco Martins de Baiom), pinturas baseadas em Escolas Flamengas assim como um cofre todo ele em prata que contem o crânio do «Frade Santo» cuja lenda evidencia que era um Frade, chamado de S. Bernardo ou D. Giraldo que morava no convento de Ermelo, onde os seus poderes curavam o Gado dos camponeses e dos pastores.
Após a sua morte os camponeses pediram que os seus restos mortais fossem transferidos para o Convento de Santo André de Ancêde.O cofre tornou-se assim elemento de culto onde as pessoas através de um orifício que possuía davam um beijo para ficarem curadas das mordeduras de animais sobretudo das do cão.


Anteriormente após a expulsão das ordens religiosas, o Convento teve no seu interior a instalação de uma escola onde deflagrou por lapso ou por descuido um incêndio que destruiu uma das alas do Convento e pôs em risco a Igreja e o seu património cultural.

Em 1985, o convento tornou-se propriedade particular através da sua venda em Asta publica ao Visconde de Vilarinho de S. Romão.
Foi ocupado por dois caseiros e por uma empresa de cestaria e cabazes pondo fim a uma grande parte das águas que o convento detinha assim como algumas pedras antigas de cantaria.

Com o risco que o seu património fosse totalmente danificado, recorreu-se as entidades do concelho para que o convento pudesse incluir-see num Programa de Obras de Recuperação proveniente do Ministério da Cultura. Após ter-se recorrido ao Programa, o Convento e a Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho sofreram alguns restauros a nível do telhado, das pinturas e do tecto.


No interior a Câmara Municipal de Baião deu, mais um passo no sentido da valorização daquilo que é próprio e tradicional do concelho, ao criar o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho do Mosteiro de Santo André de Ancede. Este espaço localiza-se nas antigas adegas do mosteiro e convida os visitantes a conhecer os instrumentos e práticas associadas ao cultivo da vinha.
Desde os inícios do séc. XII, altura em que o mosteiro foi fundado, que a sua história se encontra intimamente relacionada com a produção e a comercialização do vinho. Na época medieval o vinho era canalizado para a cidade do Porto, integrando os circuitos comerciais do rio Douro, de onde partia para a Andaluzia e a Flandres.





Interior do Mosteiro















Exterior






Unidades de Medidas



















Pipas de vinho



























Raladora/prensa




Transporte de água medieval, ainda visivel




















Forma de transporte de água
















Dormitório


















Armários tipicamente medievais



















Refeitório























Os vestígios sobre a Idade Média são extraordinários, como se pode comprovar. A visita a este convento possibilita uma viagem pela vida Idade Media e sobre a vida nos Mosteiros.Para além da importância religiosa e cultural do Convento é de relevar a excepcional dimensão económica que o mesmo foi progressivamente assumindo, sobretudo com a presença dominicana, desde 1560 até 1834, período em que as suas propriedades se foram alargando a várias regiões do norte e centro do país, incluindo as pesqueiras em diversos pontos do Rio Douro e os armazéns na Cidade do Porto e em Vila Nova de Gaia.



Por isso, e sem descurar a virtude e o conhecimento teológico, o Prior deste Convento era geralmente escolhido pelas suas especiais qualidades de bom administrador já que ali funcionava uma espécie de celeiro de toda a Ordem.

“A doação do couto foi confirmada mais tarde por D. Pedro II, em 1694, situando-se no lugar da Porta a antiga casa de audiências, pequeno edifício que já foi destruído.”( “Insensibilidade cultural…”, José Alberto Gonçalves, Comércio de Baião, 22.10.03).



Ainda relacionada com o Convento, e de inspiração românica, embora provavelmente do séc. XIII, é a Arca em Granito, com grande riqueza decorativa, que se encontra hoje no Museu Nacional Soares dos Reis, do Porto, a qual servia de sepultura a pessoa de família importante da região.


Em 1985, sendo o Convento propriedade particular desde a extinção e expulsão das ordens religiosas, foi ocupado por caseiros e uma empresa de cestaria e cabazes para a fruta, onde também alguns anos antes estivera instalada uma escola, com a memória ainda fresca de um incêndio numa das alas do Convento - que pusera em sério risco a igreja e o seu valioso património - chegou ao conhecimento público o facto de algumas águas da mesma começarem a ser vendidas separadamente e de que aos poucos iam desaparecendo antigas pedras de cantaria pertencentes ao imóvel.



Nessa altura, e perante o risco de destruição total do património, já em si bastante degradado, e a possibilidade de construções que desvirtuassem e apagassem definitivamente o valor histórico ainda visível e recuperável, risco que foi agravado com o roubo das imagens da Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho (felizmente resgatadas pela intervenção pronta e eficaz do pároco e da GNR), a Câmara Municipal de Baião começou por solicitar ao Instituto Português do Património Cultural a classificação do Convento e procedeu à sua aquisição.



Depois de uma tentativa não concretizada de ali instalar o Centro de Formação de Agricultores da Zona Agrária de Ribadouro, o Ministério da Cultura integrou o monumento no seu programa de obras de recuperação patrimonial da Região do Norte.










Trabalho feito por Anabela 12º C

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